quinta-feira, 18 de março de 2010

Líder muçulmano convoca "guerra santa" contra cristãos






EGITO (20º) - As forças de segurança egípcias prenderam 13 cristãos coptas – incluindo quatro menores de idade, que foram logo liberados – vítimas do ataque de 12 de março. Eles estão sendo acusados de realizar reuniões religiosas ilegais, danificar propriedades públicas, incêndio e assaltos. Cerca de 12 muçulmanos, de um total de 2.000 criminosos, foram presos pelo ataque contra 400 coptas em Mersa Matrouth, no noroeste do Egito.

A violência foi iniciada por extremistas, incitados pelo Imam local, Mohamad Khamis Khamis, durante as orações de sexta-feira. Dos microfones da mesquita em Al-Ansar, os líder muçulmano convocou os fieis para uma “guerra santa” contra o templo cristão, ordenando que ele fosse destruído, e pedindo que os cristãos fossem expulsos.

A multidão foi encurralada dentro da igreja, e os muçulmanos invadiram as casas cristãs antes de incendiá-las. A invasão deixou 23 cristãos feridos, sendo que dois deles foram levados para o hospital Victoria, Alexandria, em estado grave. Fontes relataram a destruição completa de 18 casas, quatro lojas e 18 carros. “Essas pessoas estão arruinadas”.

O ataque aos cristãos coptas durou mais de 14 horas. A intervenção tardia das forças de segurança impediu uma chacina. A polícia retirou os fieis de dentro da igreja, no subúrbio de Rifiyah, para suas casas, que agora estão sendo patrulhadas para impedir outros ataques.


Tradução: Missão Portas Abertas

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ataque de muçulmanos a cristãos deixa 500 mortos na Nigéria



NIGÉRIA (27º) - O ataque de muçulmanos da etnia fulani contra cristãos da etnia berom neste domingo, perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou ao menos 500 mortos, segundo balanço informado pelo porta-voz do governo do Estado de Plateau, Gregory Yenlong.

O ataque é o mais recente episódio do confronto étnico-religioso na região, que opõe cristãos e animistas a pastores muçulmanos fulanis na disputa pela exploração de terras de cultivo.

Armados com revólveres, metralhadoras e machados, pastores muçulmanos da etnia fulani invadiram casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji neste domingo e mataram todos que encontraram pela frente.

Em apenas três horas, ao menos 500 pessoas, entre elas muitas mulheres e crianças, foram mortas e queimadas, segundo testemunhas, que descrevem cenas de horror e violência.

"Mais de 500 pessoas foram mortas neste ato abominável perpetrado por muçulmanos fulanis", disse Dan Majang, responsável pela comunicação do Estado de Plateau, citado pela agência de notícias France Presse.

Majang disse ainda que 95 pessoas foram detidas depois do ataque.

A hipótese das autoridades é de que o massacre, ocorrido a menos de 2 quilômetros da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido resposta aos confrontos religiosos de janeiro passado --que deixaram 326 mortos. O incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada dos cristãos para assassinar muçulmanos.

O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho.

O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro passado.

Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 Estados do norte do país.

Relato

Peter Gyang, morador de Dogo Nahawa, a aldeia mais afetada, perdeu sua mulher e dois filhos no ataque. "Eles fizeram disparos para assustar as pessoas e logo as mataram a machadadas", disse ele a jornalistas.

"O ataque começou aproximadamente às 3h e durou até às 6h. Não vimos nenhum policial", disse.

Shamaki Gad Peter, responsável por uma organização defensora dos direitos humanos em Jos, disse que o ataque era "aparentemente" coordenado. "Os criminosos lançaram ataques de forma simultânea. Muitas casas foram queimadas", disse Peter, depois de visitar três aldeias.

"O nível de destruição é enorme", completou.

Moradores citados pelo jornal "The Guardian" disseram que centenas de corpos ainda estavam nas ruas neste domingo, horas após o ataque.

Testemunhas citadas pelo jornal "The Nation" disseram que os criminosos eram entre 300 e 500.

Com Efe e France Presse

Assista a um vídeo (em inglês, sem legendas) da organização Christian Solidarity Worldwide sobre os ataques em Jos, Nigéria. ATENÇÃO: o conteúdo do vídeo não é de responsabilidade da Portas Abertas.



Fonte: Folha Online

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